Quem somos nós e por que irlandês?

Um post introdutório pra quem não nos conhece e quer saber um pouco mais do porquê de irlandês e desse blog!



Meu nome é Bárbara, tenho 36 anos de idade e sou originalmente de São Paulo, capital. Vim pra Irlanda em 2013 pra ter a experiência de morar fora, e escolhi a Irlanda não só porque me pareceu um país interessante, mas também porque eu poderia trabalhar e viajar enquanto estivesse aqui duante um ano fazendo o intercâmbio.

No Brasil eu já era professora de inglês há muitos anos (trabalhei em escolas pequenas de bairro, aula particular, e também em redes famosas como Fisk, CNA e Cultura Inglesa), então não precisava necessariamente estudar inglês na Irlanda, mas foi a maneira mais viável para que eu pudesse viabilizar essa viagem/experiência.



Julho 2023 - Tarsila e Bárbara em Spiddal (Gaeltacht)


De cara eu gostei muito daqui, e logo nos primeiros dias eu soube que eu certamente moraria aqui mais de um ano. Em poucos meses fiz alguns amigos, mas o fato é que conheci um irlandês de Cork, e bem... quase 11 anos depois estamos aqui casados, com duas gatas e um bebê a caminho!


Março de 2013, assim que cheguei na Irlanda!


Sempre gostei de estudar línguas e além do inglês (nível C2), também sei espanhol e italiano, ambas num nível B2. Já antes da pandemia eu tinha interesse em aprender uma língua diferente pra me desafiar, e em 2020, com muito mais tempo livre do que eu esperava, comecei a estudar irlandês por conta própria. Já estava morando na Irlanda, por quê não? Foi estranho porque eu não sabia muito bem por onde exatamente poderia começar: fiz umas aulas particulares no iTalki pra ter uma noção da língua, e junto com um curso online fui "pegando a manha". Com vários materiais online, fui me dedicando bastante, e acredito que no começo de 2021, quase um ano depois, chamei a Tarsila pra estudarmos juntas pelo Facetime. 

Esse esquema fluiu tão bem que estamos até hoje, semanalmente, estudando juntas por pelo menos 1h! Nos ajudando e compartilhando nosso interesse por línguas e pelo irlandês em si, fomos encontrando materiais, livros, estratégias e tem dado muito certo!

Mas por que o irlandês? Como falei, eu queria me dar um desafio, aprender uma língua totalmente diferente, e morando na Irlanda, poderia ser uma experiência interessante. Hoje me sinto muito mais conectada ao país, e penso que futuramente, se continuar estudando e melhorando, poderia até usar isso profissionalmente de algum modo. No entanto, por enquanto não tenho grandes planos e vou deixando fluir!


Na Gaeltacht (região onde irlandês é falado) com a Tarsila, julho de 2023


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Meu nome é Tarsila e tenho 40 anos! Sou também de São Paulo, capital e vim para a Irlanda em 2007 pra ver o que que é que a vida poderia me trazer. Apaixonada por livros e idiomas eu sempre tive muita curiosidade sobre culturas diferentes e sobre a forma como as pessoas se comunicam. Quando eu era adolescente tive a incrível oportunidade em fazer o último ano do ensino médio em New Hampshire nos EUA e foi lá que minha paixão pela língua inglesa se consolidou. Ao voltar ao Brasil comecei a estudar Letras (Português e Inglês) e Comunicação Digital, e me tornei professora. Fui professora de língua inglesa por muitos anos e, assim como a Bárbara, não vim para a Irlanda para aprender inglês e sim, para ter ganhar mais experiências na minha vida. 

Diferentemente da Bárbara eu não me amei a Irlanda de cara, mas da mesma forma como me apaixonei pelo meu marido (esse que veio pra Irlanda comigo lá do Brasil), a gente foi se conhecendo aos poucos e com o passar do tempo, o charme, as peculiaridades do dia-a-dia e o caráter da Irlanda foram me conquistando. Agora há quase 17 anos na ilha e 20 com o marido (e um filhote maravilhoso!), posso dizer que meu relacionamento com ambos é firme e forte. 

Março 2007 - Eric e Tarsila, primeira semana na Irlanda

Além do português e do inglês (não tenho o nível oficial pois nunca fiz nenhum certificado, mas se você me conhece, sabe que eu sei falar inglês com tranquilidade), também sei espanhol e alemão (esses nível B2) mas com a falta de prática e a introdução da língua irlandesa no meu dia-a-dia, essas línguas não tem tido tanta relevância (ou presença) no meu cérebro.

A língua irlandesa entrou sorrateira e quietinha na minha vida. Por volta de 2014 eu comecei a buscar outras formas de trabalho e eis que surgiu a oportunidade em ilustrar um livro infantil em irlandês (como a minha carreira foi de professora pra ilustradora é um post a parte, aliás, falo isso no meu blog de ilustração www.tarsilakruse.com) e como eu queria muito entrar nesse mercado eu agarrei essa oportunidade com unhas e dentes - sorte a minha! Meu primeiro livro (em irlandês) foi publicado em 2015 e desde então tenho trabalhado com essa editora que somente publica livros para crianças em irlandês. E foi aí que eu descobri o porquê que a Irlanda tem o irlandês escrito por todas as partes: Porque a língua irlandesa é, de fato, parte do cotidiano de muitas pessoas no país, mas você não vai saber disso se não tiver contato com a língua ou quem quem a usa.

O'Connell Street, em Dublin, durante a primavera de 2007 

Então prometi a mim mesma que me comprometeria com o país e com a língua que ofereceram tantas oportunidades e comecei a estudar irlandês. Entrei no Duolingo (tenho um streak de anos já!), fiz aulas em escolas, cursos de verão, mas meus esforços não foram o suficiente para que a língua pegasse no tranco, então quando a Bárbara me chamou pra estudar com ela, eu sabia que seria uma oportunidade imperdível em mergulhar mais a fundo na língua com outra pessoa que gostava tanto de idiomas e comunicação como eu. 


2017 - Escritora Sadhbh Devlin e Tarsila promovendo o livro Bí Ag Spraoi Liom!


E o porquê? Oras! Porque não? Claro que eu uso o irlandês dentro do meu trabalho, já inclusive tenho uma forte conexão com os falantes de irlandês (meu filho estuda em uma Gaelscoil, na qual todas as matérias são lecionadas em irlandês) mas aprender irlandês é mais do que isso. Todas as línguas que eu já estudei, do português de origem ao alemão que anda mambembe, todas elas me deram um presente: Entendimento do mundo, das pessoas, de como viver e entender o que nos cerca. E tem presente mais precioso do que poder trocar uma idéia com pessoas diferentes no mundo? Acredito que isso nos torna seres humanos melhores...

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